sábado, 27 de março de 2010

MUDEI DE IDÉIA...

___Querida, comprei os ingressos para o show desta noite.
___ Mas porque você comprou? Eu não vou.
___ Como assim? Ainda hoje de manhã nos combinamos ir,
você estava super animada, o que aconteceu?
___ Não aconteceu nada, eu apenas mudei de idéia,
eu sou assim mesmo, não sabia?
Nós estávamos namorando há apenas um mês e ele,
ainda, não me conhecia o bastante para saber que eu mudo de idéia.
Não são exatamente mudanças de humor,
mas, quando eu quero algo ou alguém,
exagero em meus desejos,
vivencio com muita intensidade a situação
antes mesmo que ela ocorra de fato, vou fundo demais,
depois fico com ressaca.
Esse show, por exemplo, eu já tinha ido e voltado, em pensamento, e,
o que é pior, não havia gostado.
O salão estava muito cheio, pessoas se esbarrando,
alguns fãs mais exaltados pulando, pisando em meus pés,
o jogo de luz deixando a gente tonta,
o bar lotado, com filas quilométricas para pegar uma cerveja,
o banheiro sem condição, nojento,
cheio de urina no chão, sem papel higiênico,
a descarga não funcionava, a torneira do lavatório saia um pingo de água,
apenas um pequeno espelho na parede, onde todo mundo queria retocar a maquiagem.
E o palco, como ver o artista no palco?
Parece que todas as pessoas são mais altas que eu.
E meus pés, como doem meus pés nesses tamancos de salto alto.
___ Mas, querida você estava planejando ir nesse show há tanto tempo,
como pode ter mudado de idéia?
___ Por favor amor, não vamos falar sobre isso,
você não vai entender, eu quero apenas que aceite o fato.
Lamento que você perca seus ingressos, ou melhor, seu dinheiro,
mas eu não vou mais ao show.
É sempre assim, quando eu mudo de idéia. As pessoas não querem aceitar.
Afinal o que pode haver de tão estranho nisso?
Outro dia, apenas porque eu já tinha comprado a passagem,
para ir no próximo feriado,
aproveitando o calor, pegar uma praia e,
agora não quero mais viajar,
não quer dizer que sou uma pessoa imprevisível.
Só mudei de idéia.
Eu já sei que nas cidades praianas o tempo é muito instável,
eu deveria levar roupas para sol e para chuva,
a casa alugada ficava bem distante da praia,
seria aquela loucura de levantar cedo,
arrumar tudo que deveria levar para praia,
carregar aquelas mochilas pesadas e,
no final esquecer o protetor solar,
brigar por um espaço na praia lotada para,
finalmente,
conseguir armar a barraca,
estender a toalha, que fica toda cheia de areia,
comprar aquela cerveja quente do primeiro vendedor ambulante que passa,
porque está morrendo de sede,
ir à primeira barraca enfrentar uma fila enorme,
para pedir uma porção de camarões que vem meio crua e,
com uma fome terrível, comer avidamente,
depois ficar com a sensação de ter comido baratas,
pensar que a vida é bela,
você é uma pessoa privilegiada por estar fora de sua cidade,
desfrutando um final de semana prolongado na praia e,
quando voltar vai comentar isso com seus amigos,
inventando um monte de mentiras,
dizendo que a viagem foi maravilhosa,
morrendo de frustração por dentro,
mas, matando os outros de inveja.
Por isso eu mudei de idéia.
Quando eu me apaixono por alguém,
é claro não fico apenas imaginando.
Começa o namoro. No início tudo é lindo.
A gente está apaixonada, morrendo de tesão,
pensa que aquele amor é para sempre.
Agradece a Deus por ter colocado em seu caminho essa pessoa especial,
diferente de todas as outras,
a gente até acredita naquela máxima da alma gêmea,
só pode ser sua outra metade.
Mas, quando a poeira de seus olhos vai se dissipando,
os seus sentidos voltando a ter sentido,
a gente muda de idéia.
A gente começa a enxergar, cheirar e,
principalmente, ouvir melhor.
São detalhes que antes não mereciam nenhuma reprovação,
pelo contrário, eram motivos de atração, agora nos parece horrorosos.
Tudo que era charmoso, agora é repulsivo.
O jeito de andar que antes me parecia tão másculo,
agora parece afeminado, acho até que ele rebola,
será que estava fazendo charme para algum homem e eu nem percebia?
E o cheiro?
Acho que ele não gosta muito de tomar banho,
o odor de suor e chulé é insuportável.
E os dentes?
Tenho certeza de que ele não os escova regularmente.
Fio dental? Deve pensar que é sinônimo de calcinha minúscula.
Roncos?
É como se estivesse abrindo uma cratera no cérebro da gente,
um complô, um plano para te enlouquecer.
Aquele som medonho não pode ser obra única e exclusiva de um ser humano.
É inacreditável que uma criatura possa extrair de dentro de si um ruído tão esmagador.
Não consigo meu amor, o tesão acabou.
Sou muito imperfeita pra aceitar essa situação.
Mudei de idéia.

quarta-feira, 24 de março de 2010

AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO...

A afetividade nas relações dentro da sala de aula,
notadamente, entre professor/aluno são muito marcantes.
Essas impressões afetivas podem acompanhar o educando
ao longo de sua vida, tanto no meio educacional,
como para além dos muros escolares e
irão influenciar na sua formação como cidadão,
em toda sua amplitude humana.
Quando o educador olha seu educando como um todo a ser considerado,
ele quebra o paradigma do relacionamento formal e
cria um relacionamento interpessoal,
transportando para a educação esta convivência,
promovendo uma aprendizagem significativa e qualitativa.
São observações que nos levam a delinear um novo caminho,
certamente trabalhoso, mas, repleto de esperança e conquistas.
A teoria de Carl Rogers,
convida todos a refletir sobre as profundas mudanças
necessárias na educação:

"Por aprendizagem significativa entendo uma aprendizagem
que é mais do que uma acumulação de fatos.
É uma aprendizagem que provoca uma modificação,
quer seja no comportamento do indivíduo,
na orientação futura que escolhe ou nas suas atitudes e personalidade.
É uma aprendizagem penetrante,
que não se limita a um aumento de conhecimentos,
mas que penetra profundamente todas as parcelas da sua existência."
Rogers, in Tornar-se Pessoa, 1988, editora Martins Fontes.

quinta-feira, 18 de março de 2010

UM POUCO DE FILOSOFIA...

Estudos de Filosofia (do livro: Filosofando - Introdução à Filosofia)
Maria Lúcia de Arruda Aranha
Maria Helena Pires Martins

Faça distinção entre instinto e inteligência.

A ação instintiva é regida por leis biológicas,
idênticas nas espécies e invariáveis de indivíduo para indivíduo.
Essa rigidez dá a ilusão da perfeição quando o animal,
especializado em determinados atos, os executa com estrema habilidade.
Não há quem não tenha ainda observado com atenção
e pasma o “trabalho” paciente da aranha tecendo a teia.
Mas esses atos não têm história, não se renovam e são os mesmos
em todos os tempos, salvo as modificações determinadas
pela evolução das espécies e as decorrentes das mutações genéticas.
No entanto, mesmo quando há essas modificações,
elas continuam valendo para todos os indivíduos da espécie
e não permitem inovações, passando a ser transmitidas hereditariamente.
O hábito de fazer ninhos é tão fixo que certas aves chamadas tentilhões,
que, após cinco gerações criados por canários,
continuavam a construir ninhos típicos da espécie.
O psicólogo Paul Guillaume,
explica que um ato inato não precisa surgir desde o início da vida,
pois muitas vezes aparece apenas mais tarde,
no decorrer do desenvolvimento.
Assim, por exemplo, andorinhas novas, impedidas de voar até certa idade,
de repente começam a voar sem muita dificuldade.
Gatinhos novos não esboçam nenhuma reação diante de ratos,
mas, com o passar do tempo desenvolvem o instinto natural da espécie:
perseguição, captura, matança.
É costume dizer que os instintos são “cegos”, ou seja,
são uma atividade que ignora a finalidade da própria ação.
Assim, por exemplo, uma vespa “fabrica” uma célula onde deposita o ovo,
em seguida, caça aranhas e coloca-as junto ao ovo,
para que a larva, ao~~ nascer, encontre alimento suficiente.
Ora, se retirarmos as aranhas e o ovo,
mesmo assim o inseto continuará todas as operações,
terminando pelo fechamento adequado da célula vazia.
Dizemos que esse comportamento é “cego” porque não leva em conta o sentido principal,
que deveria determinar a “fabricação” da célula,
ou seja, a preservação do ovo e da futura larva.
O ato humano voluntário, ao contrário, é consciente da finalidade,
isto é, o ato existe antes como pensamento,
como uma possibilidade, e a execução é o resultado da escolha
dos meios necessários para atingir os fins propostos.
E caso haja interferências externas no processo,
os planos também são modificados.
No entanto, nos níveis mais altos da escala zoológica,
as ações animais deixam de ser exclusivamente resultado de reflexos e instintos e
apresentam uma plasticidade maior,
características dos atos inteligentes.
Ao contrário da rigidez dos instintos, a resposta inteligente a um problema,
ou a uma situação nova para a qual não há uma programação biológica,
é improvisada, pessoal e criativa.
Experiências interessantes foram realizadas
pelo psicólogo gestaltista Kohler nas ilhas Canárias,
onde instalou uma colônia de chimpanzés.
Um dos experimentos consistia em colocar o animal faminto numa jaula
onde se pendurava uma banana,
e o problema era resolvido
quando o chimpanzé conseguia puxar um caixote
e o colocava sob a fruta para poder alcançá-la.
Isto não se dava de imediato,
mas no momento em que o animal tinha um discernimento,
uma “iluminação súbita”, isto é, quando, segundo Kohler,
o macaco conseguia ter uma visão do campo global
e estabelecia a relação entre o caixote e a fruta.
Esses dois elementos, que se achavam separados e independentes,
passam a fazer parte de uma totalidade:
Este tipo de resposta é inteligente, e não instintiva, e varia de animal para animal.
Tanto é que Sultão, um dos chimpanzés mais inteligentes,
foi o único que conseguiu encaixar um bambu em outro para alcançar a fruta.
Trata-se, porém, de um tipo de inteligência concreta,
ou seja, depende da experiência vivida “aqui e agora”;
mesmo quando o animal repete mais rapidamente o teste já aprendido,
o seu ato não domina o tempo, pois, a cada momento em que é executado,
esgota-se no seu movimento.
Em outras palavras, o animal não inventa o instrumento,
não o aperfeiçoa, nem o conserva para uso posterior.
Portanto, o gesto útil não tem seqüência
e não adquire o significado de uma experiência propriamente dita.

A atividade humana: o trabalho

Como vimos, não podemos dizer que o animal produz a sua própria existência,
mas apenas a conserva agindo instintivamente ou,
quando se trata de animais de maior complexidade orgânica,
“resolvendo” problemas de maneira inteligente.
Esses atos visam a sua defesa, a procura de alimentos e de abrigo,
e não devemos pensar que o castor, ao construir o dique,
e o João-de-Barro, a sua casinha, estejam “trabalhando”.
Se o trabalho é a ação transformadora da realidade,
na verdade o animal não trabalha mesmo
quando cria resultados materiais com sua atividade,
pois sua ação não é deliberada, nem intencional.
O trabalho humano é a ação dirigida por finalidades conscientes,
a resposta aos desafios da natureza, na luta pela sobrevivência.
Ao reproduzir técnicas que outros homens já usaram e ao inventar outras novas,
a ação humana se torna fonte de idéias e ao mesmo tempo
uma experiência propriamente dita.
A noção de experiência humana não se separa do caráter abstrato da inteligência do homem,
pela qual ele pode superar a vivência do “aqui e agora”, passando a existir no tempo:
torna-se capaz de lembrar a ação feita no passado e de projetar a ação futura.
Isto é possível pelo fato de poder representar o mundo por meio da linguagem simbólica,
como veremos mais adiante.
A partir dessas colocações, concluímos que as diferenças entre o homem e o animal
não são apenas de grau, pois,
enquanto o animal permanece envolvido na natureza,
o homem é capaz de transformá-la, tornando possível a existência da cultura.

sábado, 13 de março de 2010

" O TEMPO PASSOU E ME FORMEI EM SOLIDÃO"

José Antônio Oliveira de Resende Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura, da Universidade Federal de São João del-Rei.

Sou do tempo em que ainda se faziam visitas.
Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido.
Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé.
Geralmente, à noite.
Ninguém avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo.
E os donos da casa recebiam alegres a visita.
Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um.
– Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre.
E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos.
Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia.
_ Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável!
A conversa rolava solta na sala.
Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre.
Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando-nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro... casa singela e acolhedora.
A nossa também era assim. Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras.
Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes.
Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha – geralmente uma das filhas – e dizia:
_Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa.
Tratava-se de uma metonímia gastronômica.
O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite... tudo sobre a mesa.
Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também.
Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança.... Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam.... era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade...
Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina.
Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida.
Era assim também lá em casa.
Recebíamos as visitas com o coração em festa.. A mesma alegria se repetia.
Quando iam embora, também ficávamos, a família toda, à porta.
Olhávamos, olhávamos... até que sumissem no horizonte da noite.
O tempo passou e me formei em solidão.
Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, e-mail...
Cada um na sua e ninguém na de ninguém.
Não se recebe mais em casa.
Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa:
_Vamos marcar uma saída!... – ninguém quer entrar mais.
Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores.
Casas trancadas.. Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos do leite...
Que saudade do compadre e da comadre!





quarta-feira, 10 de março de 2010

ESTUDAR SEMPRE...

O que eu mais gosto, na verdade, é de estudar,
essa é minha mola motivadora,
buscar o conhecimento sempre,
principalmente na área humana.
Lidar com pessoas, descobrir o outro,
essa é a grande sacada do curso de pedagogia,
o que o torna muito atraente pra mim.
Ainda nos dias atuais, mesmo não conhecendo dados estatísticos,
é que existem,
vejo a pedagogia como uma área,
predominantemente, feminina, no que se refere a procura do curso.
Também não conheço o percentual, mas,
parece-me que os precursores, os grandes estudiosos,
os teóricos, os pesquisadores do processo educacional,
foram e ainda são homens, a grande maioria.
É uma incoerência, mas, é fato.
Tradicionalmente, sempre foi a mulher
que lecionou para as crianças das séries iniciais,
talvez por ser ela que, a grosso modo, punha a mão na massa,
enquanto os homens, teoricamente, ficavam estudando o processo.
Coisas da vida, da cultura, é a mulher em sua luta diária para mostrar seu potencial.
Felizmente, esse histórico está sendo mudado e,
a mulher está conseguindo buscar e conquistar seu espaço,
nas mais diversas áreas.

sábado, 6 de março de 2010

SOBRE ESTUDAR...

Hoje, especialmente nessa fase de minha vida, cada vez eu concordo mais com aquela máxima: “Sem educação não há solução”.
Outro dia eu estava conversando, sobre a importância da faculdade com uma pessoa, também, madura como eu, que disse-me não querer voltar a estudar porque nunca definiu o que gostaria de fazer.
Essa pessoa está acomodada e como desculpa pra si própria e para os outros, usa esse subterfúgio de ainda não saber o que quer fazer, não se dando conta de que sua vida está passando e, muito em breve estará aumentando a estatística acerca da doença do século: a depressão.
Como sempre faço, procuro incentivar as pessoas a estudarem, pois, considero o investimento pessoal o melhor antídoto para se evitar as doenças, tanto física como emocional.
Penso que o ser humano tem como obrigação buscar o conhecimento, a evolução espiritual. Vivemos em um mundo capitalista, onde, o próprio nome já diz, o que importa é o capital, mas, também, para atingirmos um estágio de vida material digna, temos que buscar o conhecimento, uma coisa acaba puxando a outra.
Na realidade, o melhor curso é aquele que você está fazendo, não importa se é matemática, letras, engenharia, medicina, enfim, o que realmente importa é estudar, adquirir conhecimento, portanto, na dúvida sobre o que se deseja fazer, estude e no percurso pode-se definir por uma ou outra área do conhecimento.

segunda-feira, 1 de março de 2010

AH! O OUTONO ESTÁ CHEGANDO!!! ADORO!!!

SAPATO VELHO

Mu - Claudio Nucci - Paulinho Tapajós

Você lembra, lembra
Daquele tempo
Eu tinha estrelas nos olhos
Um jeito de herói
Era mais forte e veloz
Que qualquer mocinho
De cowboy

Você lembra, lembra
Eu costumava andar
Bem mais de mil léguas
Prá poder buscar
Flores-de-maio azuis
E os seus cabelos enfeitar

Água da fonteCansei de beber
Prá não envelhecer
Como quisesse
Roubar da manhã
Um lindo pôr-de-sol
Hoje não colho mais
As flores-de-maio
Nem sou mais veloz
Como os heróis

É, talvez eu seja
Simplesmente
Como um sapato velho
Mas ainda sirvo
Se você quiser
Basta você me calçar
Que eu aqueço o frio
Dos seus pés