quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Helen Keller – Cega, Surda e Muda

“Eu, que sou cega, posso dar uma sugestão àqueles que vêem: usem seus olhos como se amanhã fossem perder a visão.
E o mesmo se aplica aos outros sentidos.
Ouça a música das vozes, o canto dos pássaros, os possantes acordes de uma orquestra, como se amanhã fossem ficar surdos.
Toquem cada objeto como se amanhã perdessem o tato.
Sintam o perfume das flores, saboreiem cada bocado, como se amanhã não mais sentissem aromas nem gostos.
Usem ao máximo todos os sentidos; goze de todas as facetas do prazer e da beleza que o mundo lhes revela pelos vários meios de contato fornecidos pela natureza.
Mas, de todos os sentidos, estou certa de que a visão deve ser o mais delicioso”.

Reflexão:

Quando a autora fala, nessa citação, das delícias de ver, ela se refere ao sentido da visão como algo a ser degustado com prazer.
Em uma análise mais criteriosa, podemos constatar que ela revela o sentido do gosto, análogo, ao da visão, ou seja, o sentido da visão acabou se fundindo ao do paladar, tornaram-se um só.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

SOBRE AMOR ROMANTICO...

Celena Carneiro

O amor romântico teve início no século 19, onde foi sendo colocado na vida das pessoas como a única alternativa para a verdadeira felicidade.
Foi decretado que a felicidade plena seria adquirida somente quando a pessoa encontrasse sua cara metade, sua alma gêmea, ou qualquer outro nome que se desejasse dar a esse ser que deveria torná-la perfeita, completá-la e faze-la feliz para sempre.
É claro que estamos falando dos desejos da mulher, pois, para a mulher não existia outro caminho, senão o do casamento. A única possibilidade de felicidade que havia para a mulher era encontrar um homem, um príncipe encantado, que chegaria em sua vida para salvá-la da desgraça de ficar para titia, sua sentença pela incompetência de conquistar um homem para protegê-la e ser seu herói, por toda a vida, livrando-a do frio da solidão.
A mulher vivia para o homem, casar e ter filhos eram seus sonhos mais prementes, aliás, eram seus únicos sonhos. Esse ideal era estimulado pela sociedade, pela igreja e pela família, não havia outra opção para a mulher.
As mulheres que conseguiam realizar esse sonho eram vistas como verdadeiras heroínas e invejadas pelas amigas. Ela se casou! Tinha um homem, era como um troféu. Por mais decepcionante que essa experiência viesse se revelar após o casamento, essa mulher jamais exporia seu desencanto e amargura.
Como falar da frustração da vida à dois, do casamento se, tudo aquilo que era motivo de infelicidade para ela, também, era o maior desejo de todas as mulheres, que ainda não haviam passado pela experiência do casamento?
Elas viam o casamento como a virtude maior, o ponto máximo da felicidade, a ventura idealizada por todas, o final da linha, o feliz para sempre, a conquista de tudo que se possa imaginar como plenitude.
O tempo passou.
Hoje, no século 21, a mulher começa a alçar novos caminhos.
A grande maioria ainda está, inexoravelmente, presa aos moldes de felicidade que o passado introduziu em suas mentes, lutam, ainda, para encontrarem seu príncipe encantado se iludindo.
Ainda, apesar da nossa era tecnológica, persistem na busca desse amor ideal, que irá salvá-la de todos os sofrimentos e decepções.
É a perpetuação da máscara, dos remendos, dos unguentos nas feridas, das esperanças mutiladas, da felicidade falsa, em nome de uma crença que foi colocada em nós, de tal forma, que parece entranhada no fundo de nossas almas, como uma marca à ferro quente, como se estivéssemos nascidas já com essa insígnia.
Como é possível imaginarmos, ou melhor dizendo, acreditarmos e esperarmos que uma outra pessoa possa proporcionar para nós uma relação perfeita, imaculada, fundindo-se em nós como uma só, como almas gêmeas, sabendo que essa outra pessoa é um ser comum como nós mesmas?
Como ousamos, e agora estou me referindo a homens e mulheres, em nosso egoísmo, esperarmos isso de alguém se nós mesmos sabemos o quanto de defeitos possuímos?
Esse tipo de relação, completa e paradisíaca, só existiu uma vez em nossa vida, foi a relação intra uterina, a nossa relação com nossa mãe em seu útero, onde estávamos protegidos, aquecidos e alimentados, nada nos faltava.
Esperar que alguém, seres humanos como nós, possa oferecer um amor incondicional, como esse que, já vivenciamos, é, no mínimo, uma ilusão das mais egoístas, pois, estamos exigindo algo que a outra pessoa nunca poderá nos ofertar.
Se existe um culpado, somos nós mesmos, a partir do momento que acreditamos que isso era possível e, o que é pior, cobramos essa atitude da pessoa, mas, ninguém pode dar o que não possui. Na maioria da vezes, a pessoa nem imagina de que nós estamos falando e, ou, pensando, não faz idéia de nossas expectativas em relação à ela.
Podemos ser felizes de várias formas.
Não precisamos ter alguém, constantemente, ao nosso lado para sermos felizes, a felicidade está ao nosso alcance em todos os momentos, basta sabermos olharmos para detectá-la.
A dor não é privilégio de quem optou por estar sozinho, a dor é inerente a nós, precisamos dela para nos fortalecermos, crescermos, evoluirmos. O estar sozinho não significa solidão, quantas vezes nos sentimos solitários em meio a multidão?
A vida está cheia de motivos para termos momentos prazerosos, felizes, mas, tudo é volátil.
Nada permanece inalterado, a mudança é inevitável e necessária, precisamos dela. Por essa razão devemos apreciar o aqui e agora, esse momento que estou vivenciando é o mais importante, daqui um pouco não posso saber, nem controlar.
Na verdade, a felicidade está nessa mudança de olhar, que sabemos não ser fácil, mas, é muito possível, está palpitante diante de nós, à toda hora.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

AS MINEIRAS NÃO SABEM SAMBAR?

Celena Carneiro

Assistindo ao programa Carona, da TV Integração, nesse sábado de carnaval, 13/02/10, não pude conter minha indignação diante da postura, pouco ética da apresentadora, Cecília Ribeiro, em suas entrevistas com as musas das escolas de samba do Rio de Janeiro.
A apresentadora lhes perguntava, inclusive à Luiza Brunet, madrinha de bateria da Imperatriz Leopoldinense, uma dica que pudesse ensinar as mineiras sambarem.
Eu quase podia ouvir os gritos revoltosos das sambistas de nossa cidade e, de toda a região do Triangulo e, por que não dizer, de todas as sambistas de Minas Gerais, ao ouvirem, boquiabertas, proposta tão indecente.
Essa apresentadora deveria elaborar de forma mais criativa suas entrevistas, pelo menos, não colocar nosso Estado em situação vexatória.
Como uma apresentadora, que quero crer, seja mineira, ou mesmo não sendo, deveria ter uma postura profissional e neutra, vai ao Rio de Janeiro, em pleno carnaval, ou melhor, em pleno ensaio das escolas de sambas daquela cidade, mendigar uma dica para que as mineiras sambem?
Onde ela pegou essa autorização para nos representar?
Mineira não sabe sambar?
Nossas passistas, maravilhosas, não conhecem nada de samba?
Foi melancólico ver a expressão pedagógica das entrevistadas, tentando aplicarem uma aula de samba para as pobres mineiras, que, certamente, vivem suas vidas bucólicas, alienadas, imaginando e sonhando com elas, as divas cariocas, que conseguem mover seus corpos, ao ritmo de um som estranho, emitido por caixas e cordas, algo ainda desconhecido de nós, pobres mineiras, que não sabemos sambar?
Eu, pessoalmente, não tenho o samba no pé, não fui iniciada nessa arte, não foi essa a minha formação, mas, tenho o samba no sangue e conheço inúmeras sambistas, divinas, todas mineiras.
Quero crer que essa apresentadora, no momento de suas entrevistas, estava pedindo uma dica de samba para si própria, o que seria perfeitamente compreensível e notório, mas, não poderia se apossar de forma arbitraria e antiética, usando as mineiras.
A apresentadora deveria conhecer um pouco a história do samba de Minas Gerais, antes de se apoderar, indevidamente, desse poder de colocar as mineiras expostas ao compadecimento das sambistas cariocas.
Tudo isso aconteceu em um programa, cuja chamada era reverenciar a História das Velhas Guardas do Samba de Uberlândia, motivo pelo qual eu resolvi assistir e, lamentavelmente, a apresentadora não aprendeu nada daquilo que foi exposto ali por aquelas pessoas admiráveis e, dignas representantes do samba em nossa cidade.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

ENCERRANDO CICLOS...

Fernando Pessoa

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos.
Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó.
Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar.
Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor.
Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos.
Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.
Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.
Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és...
E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O LIVRO NA AVENIDA DO SAMBA ...QUE MARAVILHA!!!

Histórias Sem Fim
(Samba Enredo SALGUEIRO 2010)

Composição: Josemar Manfredini,
Brasil do Quintal, Jassa,
Betinho do Ponto e
Fernando Magaça

Sonhei... no infinito das histórias
Iluminando a memória, me encantei
Brilhou... realidade e fantasia
Como nunca imaginei
Na arte do saber um novo amanhecer
Divina criação, primeira impressão
O livro sagrado da vida
Virtude pra eternidade
A leitura estimulando
A mente da humanidade
Eu viajei nessa magia
De alma e coração
Na fonte da sabedoria
Busquei a minha inspiração
Páginas descrevendo pensamentos
Clássicos, ideais e sentimentos
Romances... aventuras
Quanta riqueza na nossa literatura
O faz de conta inocente da criança
Ficou guardado na lembrança
Mistérios... suspense... emoção
É o hábito de ler, folheando com prazer
Muito além de uma visão
Mensagens de esperança
Clareando a imaginação
Uma história de amor
Sem ponto final"academia do samba" é salgueiro
No "livro do meu carnaval"